A Maior Agressão da Minha Vida
Por Renato Victor Bariai
Tenho boas lembranças da minha infância, mas foi um fato violento o que mais marcou minha vida. Aos 8 anos vivia uma vida de felicidades, apesar das dificuldades sociais enfrentadas pela minha pequena família. Era órfão de pai e morava, juntamente com minha mãe e um irmão, na Vila Operária em Maringá, próximo ao Hotel e Cantina Capri onde engraxava sapatos nos finais de semana.
Certa oportunidade, caminhando sozinho próximo a Igreja São José para ir até uma loja admirar uma vitrine de brinquedos, fui violentamente imobilizado por um adulto que me conteve com uma “gravata” no pescoço e mantendo-me imobilizado com o braço torcido nas costas. Em ato seguinte chegou um policial militar e o primeiro adulto me acusava de ter roubado o dinheiro de uma quitanda localizada na Avenida Brasil, num prédio vizinho onde hoje é o restaurante Meu Cantinho, do companheiro Jamil.
Lembro-me que chorava muito e implorava que me soltassem, pois nada de errado havia feito para tamanha violência. Fui revistado em via pública e levado até o estabelecimento comercial. O proprietário, um idoso nissei, olhou para os adultos que me conduziam e disse: “Não, não ... Não foi ele. Ele é um menino bom, filho de uma freguesa aqui da quitanda. Ele eu conheço”. Então me soltaram e disseram: “Pode ir embora!”
Este fato provocou um abalo emocional muito forte. Senti medo de contar o ocorrido à minha mãe em função da rigidez da educação que recebia e por medo de ser repreendido. Por muito tempo tive terríveis pesadelos e sentia profundamente envergonhado, pois o fato foi assistido por muitas pessoas.
Se esta violência doeu tanto em mim, fico imaginando a dor representada por violências piores que acometem crianças e adolescentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) necessita que a sociedade fiscalize e exija o seu cumprimento. Crianças e adolescentes não podem ser vítimas de monstruosidades, maus tratos e desrespeitos. Todos têm direito de serem tratados com cidadania e respeito. Quando as dificuldades ocorrem há uma rede especializada para o atendimento necessário.
Crianças e jovens são seres em desenvolvimento. Ou seja, não têm ainda capacidade de garantir e lutar, sozinhas, pelos seus direitos. Não conseguem viver sozinhas, pagar pela sua própria comida, ter acesso à educação sem a tutela de um adulto, por exemplo. Por essa razão, necessitam de proteção especial.
Dia 27 de fevereiro serão eleitos os novos conselheiros e conselheiras do conselho tutelar de Maringá.
Estou apoiando e pedindo o seu apoio ao Sr. Faber Miquelin – Número 16.
O Faber é uma pessoa séria e comprometida com os objetivos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Uma pessoa de profunda confiança. Ele atua em políticas públicas e em projetos sociais voltados para crianças e adolescentes. Ingressou no serviço público em março de 2002, como educador de base no Centro de Referência da Criança e do Adolescente da Prefeitura de Maringá. Em seguida, atuou como agente de execução de medidas em meio aberto no Centro de Medidas Socioeducativas e em medidas protetivas no Abrigo Provisório Municipal.
Renato Victor Bariani, é Tecnico de Segurança do Trabalho, atua na área de defesa dos direitos da saúde e segurança dos trabalhadores, cursou Administração na Universidade Estadual de Maringá e foi Secretário de Transportes do Município de Maringá (2001 à 2004) na gestão do Prefeito José Cláudio/PT.
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